A pipa de kitesurf, ou simplesmente kite, pode ter diversas marcas, modelos, tamanhos e cores e essa variedade pode deixar qualquer iniciante com muitas dúvidas. A maioria das marcas mais presentes no mercado oferecem uma boa qualidade de pipas de kitesurf, mas todas tem seus prós e contras. Esse é o assunto sobre o qual falaremos a seguir, se você quiser uma abordagem mais genérica, pode ver nossos outros posts sobre equipamento completo de kitesurf. Vamos lá?
A dica inicial para escolher seu kite é pesquisar muito, entrar em comunidades (no Facebook você encontrará muitas), pedir dicas em cada escola que você passar. Lembre-se do lema que sempre trazemos aqui: pergunte, pergunte, pergunte!
O conhecimento adquirido ao longo da sua prática será essencial na escolha de um dos equipamentos mais importantes: a pipa do kitesurf. Sempre que iniciar um bate papo, informe o seu nível de velejo, procure saber sobre o vento nos picos onde pretende praticar e pense sobre o seu objetivo : velejar esporadicamente ou frequentemente? Aprender a fazer diferentes saltos e manobras? Tornar-se um atleta?
Todas essas opções podem afunilar e muito a decisão sobre qual o kite ideal para você.
Converse também com os representantes das marcas e entre no site de cada uma delas. Na maioria deles você encontrará um mostruário das linhas de kite, com as principais características de cada um deles.
Então vamos saber um pouco mais sobre os modelos das pipas de kitesurf?
O kite nada mais é que a pipa (ou papagaio em algumas regiões): o equipamento que dá o nome ao esporte . O kite tem formato de uma asa em arco e é feito com o mesmo material de um paraquedas – nylon, um tipo de tecido considerado muito forte e leve.
Para se chegar ao tamanho ideal da pipa de kitesurf para você, inicialmente tenha como base de cálculo:
PESO DO VELEJADOR x FORÇA DO VENTO = TAMANHO DO KITE
Ou seja: quanto menos vento, maior a pipa; quanto mais vento, menor a pipa.
Lembre sempre que vale pedir ajuda a algum kitesurfista mais experiente que poderá te dar umas dicas nesse processo. Da uma olhada no gráfico abaixo para ter uma noção de como funciona exatamente:
Com mais um pouco mais de habilidade no kitesurf, você também passará a analisar o nível de pressão e o conforto da sua preferência; com o tempo de prática é natural que você defina um “estilo próprio” de velejo e isso pode estar ligado ao tamanho do kite, mais ou menos pressão, agressividade, modalidade de preferência, etc.
Como já comentamos nesse post, entrando de cabeça no esporte, você vai acabar comprando e usando mais de um kite. Os entusiastas costumam ter três pipas de tamanhos diferentes no seu arsenal – por exemplo: um kite de 7 m, um kite de 11 m e um kite de 14 m.
Adquirir kites de diferentes tamanhos pode garantir o velejo em diversas condições de vento.
Quando for adquirir o seu kite, pesquise bastante sobre o pico onde pretende velejar mais e confira como são as condições por lá e os tamanhos de pipa de kitesurf que costumam ser usados. Como é a temporada? Como é o vento (Constante? Rajado? Lateral? Maral? Terral?) Qual a estrutura do local (Muitas pedras? Ondas? Qual a profundidade? Tem centros de kite nas proximidades?)
Pergunte! Pergunte! Pergunte! Assim você evitará surpresas desagradáveis.
Esse modelo pipa de kitesurf tem uma estrutura inflável, ou seja, qualquer pipa que precise ser bombeada é de modelo tubular, também conhecida como LEI (leading edge inflatable kite). Esta classificação pode ser dividida em pipas estilo C, Bow, Hybrid e Delta.
São as pipas mais recomendadas para iniciantes no kitesurf por ter uma resposta mais rápida e ser mais fácil de manejar.
Com o comando correto (que você vai aprender nas aulas iniciais), podem ser freadas depressa – o freio nessas pipas permite quase 100% de potência, o que significa que esses kites são mais seguros e muito mais confortáveis de pilotar para as pessoas que estão montando o seu primeiro kite.
Além disso, esse modelo de pipa de kitesurf pode ser redecolado na água mais facilmente, o que o torna predominante nos velejos atualmente.
As pipas C de kitesurf são as mais utilizadas pelo kitesurfistas que praticam o estilo livre (“freestyle“) e que usam truques de manobras wakestyle (desconectadas). Muito utilizadas também para mega loops e em ondas íngremes, esse modelo de kite é mais ágil e possui menor depower, ou seja, possuem uma capacidade de ‘explosão’ otimizada.
Portanto, esse equipamento de kitesurf pode exigir certo nível técnico, para quem já tem certa habilidade e capacidade para evoluir na modalidade, até porque sua performance tem um alcance de vento muito menor e são mais difíceis de redecolar.
Os kites de modelo C eram muito utilizados pela velha guarda do kitesurf, que aprenderam o esporte com esse modelo, não tão seguro para os iniciantes como as demais opções que se encontram hoje no mercado.
Como reconhecer o modelo de kite C?
Por suas distintas pontas de asas em blocos e cantos retos. Essas pipas não têm freio e as linhas se prendem em cada um dos 4 cantos das pontas das asas, mas também podem ter 5 linhas – nesse caso, a quinta linha fica anexada ao centro do kite, em um ponto.
Se a quinta linha se dividir de alguma forma ou se juntar a uma linha que então se divide e se conecta à borda de ataque em 2 ou mais lugares, a pipa é uma pipa híbrida e não um kite C.
Originalmente, a quinta linha desse modelo de kite foi projetada para ajudar no redecolagem, pois permitia que a pipa de kitesurf fosse puxada para a posição de relançamento depois de cair.
Melhorias recentes no projeto de redecolagem de kites tornaram este sistema bastante obsoleto; a quinta linha de um kite originalmente de modelo C não é projetada para estar sob tensão, ou seja, a pipa não voa fora desta linha, ela está lá apenas para redecolagem e segurança.
Por outro lado, a quinta linha em uma pipa híbrida estará sob tensão, como veremos abaixo, pois realmente afeta as características de vôo do kite.
Os kites do modelo Delta, tem um shape similar ao formato de uma asa delta e pode ser bem trabalhado no vento, com ótima amplitude de contato. É uma opção bacana para quem quer evoluir na modalidade Big Air e Kitewave.
Como reconhecer um kite de modelo delta? Por suas pontas das asas altamente inclinadas para trás. Essas pipas são projetadas para serem facilmente redecoladas, são de fácil manuseio e eficientes para vôos em ventos fracos.
Esse modelo de equipamento de kitesurf não é muito utilizado por kitesurfistas avançados, mas é uma boa escolha para os iniciantes , por serem mais fáceis de frear e redecolar da água do que as pipas C.
Os kites de modelo híbrido são muito comerciais e populares, por serem bem versáteis. Pipas híbridas de kitesurf possibilitam um bom desempenho em diversas modalidades do esporte, sendo projetados com alta tecnologia no intuito de capturar o melhor de cada modelo citado acima, combinando a agressão bruta do design da pipa C com a precisão e flexibilidade do design Bow.
Os kites híbridos podem estar mais próximos do modelo c, do modelo delta, do modelo Bow. Tudo vai depender de qual design o modelo se aproxima:
Você vai ouvir muito esse termo no Kitesurf. SLE significa Supported Leading Edge . Este termo é usado para se referir a qualquer pipa de kitesurf que tenha freios presos à sua borda de ataque. As pipas Bow, Hybrid e Delta são, portanto, todas as pipas SLE, as pipas C não são.
A pipa de kitesurf de modelo Foil são parecidas com as que se usam no parapente e no paraquedas, sendo de dois tipos: kite de células abertas e kite de células fechadas. O kite foil geralmente não são infladas com uma bomba, isso porque tomam forma a partir do momento que o ar flui sobre elas e através delas.
Esse modelo de kite é projetado para uso em terra e possuem entradas (células) ao longo da borda principal da pipa projetada para permitir que o ar flua dentro do kite e sobre o dossel.
Eles contam com fluxo de ar constante para manter as células infladas e, portanto, não podem ser usados na água, pois se colidirem na água durante a prática do kitesurf, as células abertas permitem que a água entre na pipa, o que impossibilita a redecolagem.
O kite foil de células fechadas difere das células abertas por ser possível o seu uso em água. Esse modelo de kite usa válvulas de entrada para reter o ar na câmara. A pressão dentro das células mantém as válvulas abertas, então, uma vez que a pipa de kitesurf cai e o fluxo de ar pára, a pressão cai e a porta da célula fecha impedindo a entrada de água. O relançamento é então uma simples questão de puxar as linhas da barra.
Kite LEI ou Kite Foil?
O debate sobre as pipas foil versus as pipas LEI tem sido intenso no mundo do kitesurf. Em geral se afirma que um kite foil é melhor fora da água (para o paraquedismo, por exemplo) e um kite LEI é melhor na água (caso do kitesurf).
Porém, atualmente há um crescente grupo de adeptos de kites foil entre os kitesurfistas e eles estão definitivamente se tornando comuns na água. Uma das principais razões pelas quais eles não foram mais amplamente aceitos no mundo do kitesurf é o preço, pois podem custar até o dobro do que custa um kite LEI.
Os praticantes de kitesurf que optam pelo kite foil explicam que esse modelo se compensa por não precisar que a pipa seja inflada, o que pode ser um argumento sedutor para um velejador de kite LEI, que tem que andar com sua própria bomba e inflar um kite número 12, 14 ou 16!
Qual você prefere é simplesmente uma questão de gosto e da segurança que você sente durante a prática do kitesurf. Com mais habilidade, que tal experimentar um kite foil e decidir qual modelo funciona melhor para você?
Embora seja improvável que você veleje com todos esses modelos diferentes que citamos antes de adquirir seu kite, recomendamos altamente que você busque o máximo de informações sobre os formatos, desempenho e aerodinâmica dos diversos tipos disponíveis no mercado.
Sempre que tiver a oportunidade de experimentar um novo modelo , aproveite!
São tantos modelos, marcas e tamanhos de pipas de kitesurf, que somente através de anos de prática, conversas com outros kitesurfistas e muita pesquisa você poderá formar suas próprias ideias de como os diferentes tipos de kite se comportam e as principais diferenças entre eles dentro da modalidade de kitesurf que você escolher para praticar.
Com o tempo você encontrará um equipamento “coringa” que te sirva bem para diferentes janelas de vento.
Pesquise, pratique e pergunte sempre. Bons velejos!
2 Comments
Amei o texto! Informações detalhadas, de fácil leitura e que abordam todas as nuances do universo do kite. Maravilhoso o trabalho de vcs!
Obrigada, Patrícia! 💙💙💙 Ficamos felizes pelo Feedback!